quinta-feira, agosto 26, 2004

A saúde dos ricos.

Domingo à noite. Hora ideal para relaxar, descansar do atribulado fds, e preparamo-nos para a semana que se aproxima a passos largos…

Foi o que fiz no último domingo… Dia 22-09… Liguei a televisão, e após um zapping rápido, deparo com um momento de tensão…
Era uma parte do filme “John Q” de Nick Cassavetes.


"John Q"


Para quem ainda não viu, trata-se de um pai (Denzel Washington), que quando não tem seguro para apresentar ao hospital, para que o seu filho possa receber o transplante de um coração, decide tomar uma atitude drástica, e entra na unidade hospitalar, com o intuito de raptar os que lá se encontram, até que alguém resolvesse o problema que tinha entre mãos.

Resumindo, não tinha dinheiro para poder mandar curar o filho, e o hospital diz que o seu filho vai morrer por isso… Por não ter dinheiro!

Bem, confesso que não é exactamente a maneira mais propícia para se passar um serão a relaxar, mas mesmo após já ter visto o filme, encontrei-me preso à acção do mesmo. Talvez na esperança inconsciente de que o filme tivesse mudado todo o argumento, e alguém se tivesse aproximado, e dito que tudo tinha mudado, e que a saúde, a diferença entre a vida e a morte, não dependia de… …dinheiro.

Bom, após ter escrito isto, soa-me a algo ridículo, algo sem pés nem cabeça…

Como é que isto ainda acontece? Como é que começou? Quem autorizou? Quem se lembrou de começar a vender saúde? Já não bastava as horas que se passam em salas de espera, os preços que se praticam nas farmácias, nem a atitude como somos recebidos por certos “profissionais”?

Se bem me lembro, a política existe para servir o povo. São nomeadas através de votos, pessoas que eram suposto trabalharem para que quem estivesse “sob a sua alçada” pudesse contar com certas coisas, como segurança, trabalho, bem estar, educação, e saúde…

Agora que se poderá fazer quando essas pessoas são eleitas, e depois não se pode contar com nada? “Do not ask what your country can do for you, but what you can do for your country…” Será que o malogrado J.F.K. queria dizer: Não perguntem o que os políticos podem fazer por vocês, mas sim o que vocês podem fazer por eles?...

Actualmente, até o 1º ministro salta fora quando tem em vista um emprego melhor… E o que acontece? Nada... Todas as promessas feitas, tudo o que havia dito sobre como melhorar o nosso país, deixa de ser importante… Bem, se formos a ver bem, ele também só se antecipou…

Voltando ao assunto principal, continuo sem entender como se pode etiquetar a saúde. Será que com o continuar dos tempos, e como existem hospitais privados, se vão começar com saldos ou promoções?
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Pronto, agora que já passamos o intervalo, podemos ir trabalhar de novo, tentar juntar algum dinheiro, e esperar que não fiquemos doentes. Já se diz que a saúde está pela hora da morte...