Viagem no Tempo.
A rua era inclinada. Não me lembrava desse pormenor. Mas a fachada do prédio era aquela mesmo. Pouco ou nada se havia alterado ali. Paredes de um branco gasto, e já com algumas fissuras, mas o edificio mantinha o seu ar imponente. Aproximei-me, e deparei com a porta, alta e estreita, feita com uma madeira muito escura. Já lhe restava poucos vestigios da tinta que antes a cobrira. A fechadura já há muito que se encontrava fora de uso, mas tinha uma forma bonita. Uma especie de verdete também cobria grande parte da mesma, e até se podia ver um resto de oleo que ali haviam colocado com esperança que desse vida aquele pedaço de metal gasto.
Ao entrar no prédio, reparei que a degradação havia feito mais estragos no interior. Camadas de uma tinta esverdeada soltavam-se da parede, e em algumas areas, até se podiam ver alguns tijolos alaranjados. Mas o que me fez regredir no tempo, foram as escadas. Os degraus gastos, o corrimão polido, o ranger da madeira, e o cheiro, o cheiro a cera recalcada. Encostei-me à parede, e absorvi todos aqueles detalhes com um sorriso de satisfação nos lábios... Tinha agora cerca de 8 anos, e quase tudo para mim era novidade.
Lembro-me de algumas idas a casa da minha tia, durante as “férias grandes”. E das paredes pintadas e os degraus altos. Do chão em madeira a ressoar com os passos curtos dos meus ténis Sanjo. E do cheiro, aquele cheiro a cera.
Adoro aquela sensação de nostalgia que sinto, quando um sabor, uma musica, ou um cheiro, um cheiro me entra pelas narinas, que me invade o pensamento e me transporta até tempos passados, mas guardados num cantinho do cérebro, no cantinho para onde vão as coisas boas, o cantinho onde está o cheiro a cera da minha meninice.
Ao entrar no prédio, reparei que a degradação havia feito mais estragos no interior. Camadas de uma tinta esverdeada soltavam-se da parede, e em algumas areas, até se podiam ver alguns tijolos alaranjados. Mas o que me fez regredir no tempo, foram as escadas. Os degraus gastos, o corrimão polido, o ranger da madeira, e o cheiro, o cheiro a cera recalcada. Encostei-me à parede, e absorvi todos aqueles detalhes com um sorriso de satisfação nos lábios... Tinha agora cerca de 8 anos, e quase tudo para mim era novidade.
Lembro-me de algumas idas a casa da minha tia, durante as “férias grandes”. E das paredes pintadas e os degraus altos. Do chão em madeira a ressoar com os passos curtos dos meus ténis Sanjo. E do cheiro, aquele cheiro a cera.
Adoro aquela sensação de nostalgia que sinto, quando um sabor, uma musica, ou um cheiro, um cheiro me entra pelas narinas, que me invade o pensamento e me transporta até tempos passados, mas guardados num cantinho do cérebro, no cantinho para onde vão as coisas boas, o cantinho onde está o cheiro a cera da minha meninice.
4 Comments:
Os ténis Sanjo eram o máximo. Quando jogava andebol no escalão juvenil, toda a equipa calçava Sanjo brancos, orgulhosas daquela brancura de marca nos pés.
E só te digo que continues a desfiar as tuas memórias que estou a gostar de te ouvir.
Primeiro foram aqueles Sanjo, mas depois passei para os Adidas Samba. A marca das três listas acabou por prevalecer. E até acho que os Sanjo já não se fabricam. Infelizmente... Um beijinho pa tu, e obrigado pelas visitas. :o)
Não vale copiar! ;)
A seguir também tive uns com três listinhas vermelhas.
E não precisas de obrigadar nada que é mesmo por gosto. :o)
memórias, memórias,....
leva-as o vento(sobretudo os mais esquecidos, como eu!!)...
(não ligues, foi uma brincadeira!)
Há sempre, como dizes, um cantinho (ou um "cantão")na nossa memória para as mais especiais!
Foi bom sentir o ranger das escadas, o cheiro a cera, a nostalgia dum passado vivido com a inocência da meninice e o claro despertar dos sentidos....
Gostei da viagem ao passado....
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