quarta-feira, abril 06, 2005

O Futuro é já ali...

Estamos, definitivamente, na era da micro informática. E confesso que por vezes, até me assusto com a velocidade com que certas coisas acontecem.

Pelo que tenho visto, já não deve faltar muito até que possamos começar a trabalhar de pijama. Levantar de manhã, e após uma breve passagem pelo WC, é só acomodar a tijela de cereais entre o teclado e o videofone. E daí, desse lugar confortavel, começar o dia de trabalho. Fazer o “log-in” no nosso departamento, e eis-nos prontos para mais um dia de suor e dedicação.

E para fazer compras, por exemplo, nem vamos precisar de fazer uma lista no fundo da caixa de bolos sortidos que acabou, porque a casa vai comprar o que precisamos. Posso já imaginar um figorifico que detecta um pacote de manteiga a acabar, dois iogurtes cujo prazo está a finalizar, o pacote da Knorr de galinha que já só tem dois quadrados, e entra em contaco com o net-mercado para encomendar o que está em falta, que por sua vez faz a entrega em menos de 6 horas. Reparações ou manutenções passam também a ser controladas pela casa, cujo video-detector autoriza a entrada do reparador, e o pagamento da reparação é efectuado pela casa através de transferencia bancária. Ou então uma sanita que nos faz um exame médico cada vez que a usamos, e nos aconselha a consultar um especialista através da voz agradavel de uma senhora que nos informa em bom tom: “ Por favor, o seu nivel de glucose está perto do limite. Consulte o seu médico. Para marcar consulta agora, prima a tecla 3 no teclado que fica ao lado do papél-higiénico, se faz favor”.

Actualmente, basta folhear uma revista qualquer, e o mais certo é depararmo-nos com mais uma mini-maquineta que nem na altura do Espaço 1999 julgavamos possível. Como exemplo prático, posso nomear o já indispensavel telemovel. Com cerca de 80 gramas e 7 centímetros, podemos marcar presença em qualquer parte do mundo, e de várias maneiras. Desde o simples telefonema, até à edição e envio de documentos de vários tipos, tamanhos e formatos. Se com a 3ª geração podemos ver a pessoa com que falamos (algumas senhoras já me disseram que não gostam muito desta inovação, visto que têm que se pentear sempre que atendem o telefone), imagino que lá para a 5ª possamos até cheirar o pefume que usa. E que mais nos espera? A imaginação de quem inventa tem não o céu, mas sim o universo como limite. Irão concerteza, e cada vez mais, existir aparelhos, que nos vão tornar o dia-a-dia cada vez mais fácil, mas, isso será necessáriamente bom?

Também não digo que o que nos espera vai ser mau, mas conhecendo-nos como eu conheço, vamo-nos habituar rápidamente a todas estas comodidades. Só espero que sintamos necessidade de guardar o frasquinho com cheiro a mato, aquele cheirinho a terra molhada, e tenhamos a iniciativa de lá ir mesmo, deitar uma toalha no chão coberto de erva fresca, e partilhar um piquenique com formigas enquanto uma suave brisa natural nos cobre o rosto, e os nossos pés descalços se aninham no meio de algumas ervas daninhas, numa tarde soalheira na Primavera.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem... ficar em casa de pijama, até que é uma ideia aliciante... mas transformar o meu cantinho no local de trabalho, já não me agrada muito.
Em relação às compras, acho que iria ser uma boa solução (pelo menos aos que se esquecem sempre de qualquer coisita no supermercado)era um descanso, assim houvesse saldo bancário.
A da sanita, está demais... mas iria criar um grande problema... se agora estamos meses à espera para ir a um médico, passariamos a estar anos (claro que estou a referir-me aos médicos do SNS).
Frasquinhos não é comigo... por isso nunca abdicaria de um passeio à beira-mar ou de uma bela caminhada pelo meio do mato e sentir o cheirinho a terra molhada.
Ah.. Piquenique sim, mas de preferência sem formigas :)

06 abril, 2005 18:44  

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