quinta-feira, novembro 04, 2004

Magustos idos, sonhos que voltam...



O estalar da madeira, o cheiro das castanhas assadas, e os copos de plástico escuros com água-pé.
Tudo isto me transportara a até alguns anos antes. Lá estava a minha avó sentada na cadeira de vime, com as pernas cobertas com um xaile que eu conhecia tão bem. O meu tio contava anedotas, provocando gargalhadas em todos, a minha prima mais nova puxava a toalha, divertida, e alguns vizinhos chegavam com autênticos farnéis. Lembro-me muito bem daquele quintal. Não era nada de especial, não tinha arranjos florais, nem bancos de jardim devidamente posicionados. Apenas um telheiro velho, e algumas verduras plantadas sem esperança, uma árvore grande, e uma cerca de tábuas gastas e sujas. Mas era um quintal que eu adorava.

Ainda hoje quando chega o magusto me consigo recordar de todas essas imagens, cheiros e sabores, passados naquela altura, naqueles momentos familiares, dias de festa e convívio.

Hoje, ainda podemos reunir alguns amigos, sentarmo-nos perto de uma lareira, assar castanhas, chouriços, e até mesmo brindar com água-pé, enquanto rimos e ouvimos o crepitar da madeira.

Um bom magusto para todos.