sexta-feira, setembro 02, 2005

O Toni da Bolsa

António Moura Gomes, mais conhecido “aka” Toni da Bolsa, nasceu em 1976. Cresceu num bairro marginalizado, e depressa se tornou conhecido por roubar hipermercados. Os pacotes de bolachas e brinquedos eram enfiados na roupa, e saía do estabelecimento a correr, onde se montava na bicicleta e rumava a campos pouco acessiveis por automovel.

Aos 17 anos foi preso pela 1ª vez, e a sua alcunha deve-se ao facto de mesmo dentro da esquadra, ter colocado a mão na bolsa de uma senhora que apresentava queixa sobre ele mesmo. No Estabelecimento Prisional de Caxias era conhecido pela maoir parte dos presidiários. Não foi dificil integrar-se. Após 18 meses de clausura saiu, ainda sem pensar em “novo emprego”.

Vivia com uma irmã um pouco mais velha, e tinha sempre o que comer em casa, e só isso fazia que não se preocupasse com o dia seguinte. A onda de assaltos continuou, e foi detido novamente quando se encontrava a arrumar carros perto da praça do relógio. Mais três anos dentro, sem hipotese de precárias.

Quando saiu, sem dinheiro nem para tabaco, e a cerca de 500 metros do estabelecimento prisional, encontrou uma carrinha com as portas traseiras abertas, e fugiu com a mala da ferramenta que alí estava. Foi perseguido por dois agentes, até que abandonou a pesada mala, e escondeu-se no interior de uma sapataria, fazendo-se passar por cliente. Foi detido nessa noite na porta de um café, e cumpriu mais dois anos por furto.

Quando saiu, novamente seguiu o mesmo caminho, mas desta feita ainda se aguentou em liberdade cerca de quatro meses.

Nessa audiência, o juiz ao ver a sua face ameninada perguntou-lhe: “- A sua vida vai ser esta? Mais tempo detido que em liberdade? Não pensa no seu futuro?”

Ao que respondeu: “- Sim, penso e muito. Tenho, aliás, tudo pensado.Enquanto estiver fora daqui, vou “fazendo o que posso”. Onde puder deitar a mão... E quando for detido, tenho dormida, comida, e cama lavada. Porque quereria eu mudar??...”

Infelizmente, muita gente pensa assim. Não se preocupam, porque não existe motivo de preocupação. Se preferirem passam o dia na cela, a ver TV, ou simplesmente a dormir. Não são obrigados a trabalhar. E assim dizem que o sistema funciona.

Pois bem, senhores ministros, aqui vai uma ideia que lhes vai poupar muitos “aereos” aos contribuintes:

Obrigar os/as meninos/as a trabalhar! É assim tão dificil? Partir pedra, lavar tachos, o chão, etc. Trabalhos comunitários, como arranjar jardins, ou limpar as matas. Porque não??

Bem, deixo esta mensagem para quem não tem nada que fazer, e se calhar, até tem PC na cela, e pode navegar enquanto não chega a hora do almoço...