quinta-feira, março 31, 2005

Fado


Segundo consta, a palavra Fado, provém do Latim "Fatu", e se consultarmos o dicionário, podemos ler os seguintes sinónimos: "Canção caracteristica de Lisboa e Coimbra; destino; profecia; sorte; agouro; providência; fatalidade".

As suas origens nada têm a ver com o resultado contemporanio. Ao fadista, eram encomendados, por ser destro na navalha, o fado de muita gente. Isto porque uma coisa é a palavra Fado, e com expressão musical é outra. Este personagem, era temido por tudo e por todos, gabando-se nas tascas mal iluminadas, dos seus feitos heróicos. Pensa-se que, nas suas visitas a casas de pessoas endinheiradas, que acompanharam a familia real ao Brasil (aquando a invasão de Napoleão Bonaparte em 1807) ele tenha descoberto a Guitarra Portuguesa, e na sua companhia comece por cantar as suas proezas. A palavra Guitarra, sem especificar a que tipo de guitarra me refiro, tem a sua origem etimológica na lingua Grega, "Kythara", que os latinos transformaram em "Cithara".


E sabendo que os portugueses de agora possam saborear o Fado em diversos pontos do nosso território, não faz do fado a canção nacional. Cada província portuguesa tem maneiras de estar de cantar e de sentir bem distintas. Retomando as ideias de Alberto Pimentel (Escritor e jornalista português, 1849-1925), primeiro nasceu o homem e depois a expressão musical. Isto é, primeiro nasceu o fadista e depois o fado.

Mas, e o que será o fado realmente? Posso dizer que nasci a ouvir o fado. Desde que me lembro, que notas bem distintas e melhor trabalhadas, ecoavam pelas paredes de casa. Primeiro, com o meu pai, e depois com a minha irmã mais velha, mas sempre com o mesmo Philips mono, com leitor de 33 e 45 rotações. Um luxo!

O meu gosto musical, diversificou-se algum tempo depois, mas claro, o belo do faducho ainda se encontra, embora muito modestamente, presente nos "my favorites".

Hoje, a palavra fado, traz-me o sabor do caldo verde, o cheiro do chouriço assado, e o aroma frutado do tintinho da Bairrada. Lembra-me também, o ambiente nublado de uma tasca , com lenços pretos que cobrem as paredes em jeito de decoração, presos em traves de madeira maciça. Mas nada melhor decora a sala, do que a alma de todos os presentes a ouvir Portugal.

"O Fado é sentimento de raça castiça
De olhos fechados sentido
Quando cantado é chorado
Com dor e tristeza é vivido."

Alberto Leiria

 

sexta-feira, março 18, 2005

Viagem no Tempo.

A rua era inclinada. Não me lembrava desse pormenor. Mas a fachada do prédio era aquela mesmo. Pouco ou nada se havia alterado ali. Paredes de um branco gasto, e já com algumas fissuras, mas o edificio mantinha o seu ar imponente. Aproximei-me, e deparei com a porta, alta e estreita, feita com uma madeira muito escura. Já lhe restava poucos vestigios da tinta que antes a cobrira. A fechadura já há muito que se encontrava fora de uso, mas tinha uma forma bonita. Uma especie de verdete também cobria grande parte da mesma, e até se podia ver um resto de oleo que ali haviam colocado com esperança que desse vida aquele pedaço de metal gasto.

Ao entrar no prédio, reparei que a degradação havia feito mais estragos no interior. Camadas de uma tinta esverdeada soltavam-se da parede, e em algumas areas, até se podiam ver alguns tijolos alaranjados. Mas o que me fez regredir no tempo, foram as escadas. Os degraus gastos, o corrimão polido, o ranger da madeira, e o cheiro, o cheiro a cera recalcada. Encostei-me à parede, e absorvi todos aqueles detalhes com um sorriso de satisfação nos lábios... Tinha agora cerca de 8 anos, e quase tudo para mim era novidade.

Lembro-me de algumas idas a casa da minha tia, durante as “férias grandes”. E das paredes pintadas e os degraus altos. Do chão em madeira a ressoar com os passos curtos dos meus ténis Sanjo. E do cheiro, aquele cheiro a cera.

Adoro aquela sensação de nostalgia que sinto, quando um sabor, uma musica, ou um cheiro, um cheiro me entra pelas narinas, que me invade o pensamento e me transporta até tempos passados, mas guardados num cantinho do cérebro, no cantinho para onde vão as coisas boas, o cantinho onde está o cheiro a cera da minha meninice.

 

quarta-feira, março 02, 2005

Queen

Prestando uma pequena homenagem a uma arte que adoro, e copiando uma ideia ( Jo, if I have to send you the payment of the Copyright, please send your adress... :op ) aqui fica a 1ª de algumas letras de musicas que ficaram na história. É um poema como poucos, escrito por alguém que vivia a musica. Freddie, wherever you are, thank you for your legacy.



Is this the real life? Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see

I'm just a poor boy, I need no sympathy
Because I'm easy come, easy go,
A little high, little low,
Anyway the wind blows, doesn't really matter to me, To me,
Mama, just killed a man,
Put a gun against his head,
Pulled my trigger, now he's dead,
Mama, life had just begun,
But now I've gone and thrown it all away
Mama ooo,
Didn't mean to make you cry
If I'm not back again this time tomorrow
Carry on, carry on, as if nothing really matters
Too late, my time has come,
Sends shivers down my spine
Body's aching all the time,
Goodbye everybody-I've got to go
Gotta leave you all behind and face the truth
Mama ooo (any way the wind blows)
I don't want to die,
I sometimes wish I'd never been born at all
I see a little silhouetto of a man,
Scaramouche, scaramouche will you do the Fandango
Thunderbolt and lightning-very very frightening me
Galileo,Galileo,Galileo Galileo
Galileo figaro-Magnifico
But I'm just a poor boy and nobody loves me
He's just a poor boy from a poor family
Spare him his life from this monstrosity
Easy come easy go-,will you let me go
Bismillah! No-,we will not let you go-let him go
Bismillah! We will not let you go-let him go
Bismillah! We will not let you go-let me go
Will not let you go-let me go
Will not let you go let me go
No,no,no,no,no,no,no
Mama mia, mama mia, mama mia let me go
Beelzebub has a devil put aside for me, for me, for me
So you think you can stone me and spit in my eye
So you think you can love me and leave me to die
Oh baby-Can't do this to me baby
Just gotta get out-just gotta get right outta here
Nothing really matters,
Anyone can see,
Nothing really matters;
nothing really matters to me,
Any way the wind blows....
*
Words and music by Freddie Mercury