segunda-feira, outubro 31, 2005

After Life

John Edwards conduz um programa no People & Arts que é no minimo polémico.
O After Life.

O cenário é do mais simples que pode haver. Algumas bancadas que rodeiam o palco, e a inexistência de artigos relacionados com o tema, leva-nos a concentrar a 100% na acção desenvolvida pelas palavras calmas do apresentador. Depois de uma breve conversa com os espectadores e algumas perguntas bem direccionadas, informa-os que os seus familiares que já partiram, se encontram alí e querem transmitir algumas mensagens. Um programa surpreendente.

Não é muito dificil saber quando os espectadores estão combinados com o elenco. Programas como o Vidas Reais, Fiel ou Infiel, são quase uma ofensa para quem os vê, mas confesso que me vejo muito inclinado a acreditar o que se passa no After Life. Os espectadores são confrontados com declarações que só eles é que tinham conhecimento. Como coisas em que pensaram em certas alturas da sua vida, ou algum acontecimento especial que lhes tenha acontecido em alguma parte da vida.

John Edwards apresenta este programa com um “á vontade” muito particular. O cenário é muito simples. Um palco redondo, e á sua volta, umas bancadas com cerca de 30 participantes. Mas o mistério que envolve o mesmo, é suficiente para que nos sentemos confortavelmente e lhe dediquemos toda a nossa atenção.

Lembro-me de um caso em particular, em que Edwards transmitiu a uma espectadora algo do género: “ A sua mãe está a falar-me de quando houve um acidente com alguns membros da sua familia, e que você foi chorar para o quarto, e que pensou que gostava que a sua mãe estivesse presente para a ajudar. Bem, ela diz que sim, que estava lá consigo.” Escusado será dizer que a mulher rompeu em lágrimas. “ Ela diz também, que a sua filha gostava de ter a companhia da avó no dia em que se graduou com destinção. Ela pede que você diga à sua filha que a avó estava presente e muito orgulhosa.”

Não sei se sou a pessoa mais indicada para falar neste assunto, visto que é um tema que me interessa bastante e posso ter uma opinião tendenciosa. Mas o programa deixa-me a pensar neste assunto, existirá mesmo “vida” após a morte como acreditam os monges butistas e algumas religiões Indus, ou simplesmente deixamos de sentir?

É de conhecimento geral, que algumas pessoas após uma operação complicada, ou algum acidente, afirmam ter visto uma espécie de tunel, com uma luz branca ao fundo, e algumas vozes que os chamavam pelo nome, mas segundo alguns especialistas, tudo isto pode não ser mais do que uma brincadeira causada pelo nosso subconsciente. O que é certo é que o cada vez que vejo o programa, me convenço que não estou a assistir a algo real, e não um embuste com o propósito de aumentar a audiência.

Ou talvez eu queira acreditar. Talvez eu gostasse de saber que existe algo mais do que a inexistência total. Que a morte não fosse mais do que uma espécie de passagem para um outro nivel. Porque assim, eu conseguiria finalmente, acreditar que existe mesmo algo “lá em cima”, e as partidas sem sentido tivessem uma explicação qualquer.

 

quinta-feira, outubro 27, 2005

Participações de Seguros

As melhores participacões de seguro
Descrição de ocorrências nas participações de sinistro do ramo
automóvel em 1998,consideradas as mais"caricatas&quo t;.


1. O falecido apareceu a correr e desapareceu debaixo do meu carro.
(das duas uma:ou era atleta ou mágico)

2.Para evitar bater de frente no contentor do lixo,atropelei um peão.
(o importante é q não acertou no contentor do lixo!!!)

3.O acidente aconteceu quando a porta direita de um carro apareceu
de esquina sem fazer sinal.
(autêntico caso de Ficheiros Secretos)

4.A culpa do acidente não foi de ninguém,mas não teria acontecido
se o outro condutor viesse com atenção.
(desde que a culpa não seja de ninguém...)

5.Aprendi a conduzir sem direcção assistida. Quando girei o volante
no meu carro novo,dei comigo na direcção oposta e fora de mão!
(a culpa aqui também não é de ninguém,mas se o tivessem ensinado a
conduzir com direcção assistida isso não teria acontecido!!!)

6.O peão bateu-me e foi para baixo do carro.
(malditos peões,só servem para destabilizar....só para chamarem a
atenção... malditos arruaceiros!)

7.O peão não sabia para onde ia,então eu atropelei-o!
(ora lá está!Mais uma vez a tentarem destabilizar! Mas assim ao menos ficou o caso resolvido....hospital com ele!)

8.Vi um velho enrolado,de cara triste,quando ele caiu do tejadilho
do meu carro.
(It's raining men...!!)

9.Eu tinha a certeza que o velho não conseguia chegar ao outro lado
da estrada,por isso atropelei-o.
(ora aí está! Tá feita a boa acção do dia)

10.Fui cuspido para fora do carro,quando ele saiu da estrada. Mais
tarde fui encontrado numa vala por umas vacas perdidas.
(se as vacas estavam perdidas,ele foi achado ou perdido?!?)

11.Pensei que o meu vidro estava aberto,mas descobri que estava
fechado quando pus a cabeça de fora.
(e assim que ele viu as vacas,estas ficaram achadas ou continuaram perdidas?!?)

12.Bati contra um carro parado que vinha em direcção contrária.
(ora aí está uma coisa perigosa! Esses são os piores.... todo o cuidado é pouco quando eles estão parados...sobretudo se vierem em direcção contrária!)

13.Saí do estacionamento,olhei para a cara da minha sogra e caí
pela ribanceira abaixo.
(nova campanha da DGV:"Se conduzir,não leve a sogra")

14.O tipo andava aos ziguezagues de um lado para o outro da
estrada. Tive que me desviar uma porção de vezes antes de o atropelar.
(mas o importante é que conseguiu! Há que ir sempre tentando e ter
orgulho na ponta ria!)


15.Já conduzia há 40 anos, quando adormeci ao volante e sofri o acidente.
(é perfeitamente natural,então se o senhor conduz há tantos anos
deve, com certeza, estar muito cansado!)


16.Um carro invisivel veio de não sei onde, bateu no meu carro e desapareceu.
(Mais um caso para Mulder e Scully.... ou então para os Alcoólicos Anónimos...)

17.O meu carro estava estacionado correctame nte,quando foi bater
de traseira no outro carro.
(eu bem digo que os parados são os piores.... eles andem aí!!!)

18.De regresso a casa,entrei com o meu carro na casa errada e bati numa árvore que não é minha.
(aqui não restam dúvidas....é caso para os Alcoólicos Anónimos!)

19.A camioneta bateu de traseira no meu pára-brisas, em cheio na
cabeça da minha mulher.
(e só não foi na cabeça d a sogra graças à nova campanha da DGV
senão...)


20.Disse à policia que não me tinha magoado,mas quando tirei o
chapéu percebi que tinha fracturado o crânio.
(estava agora a lembrar-me...pertenceria o tal tipo dos ziguezagues
aos Alcoólicos Anónimos também???)

 

quarta-feira, outubro 26, 2005

Sem diferença...

Um homem dirige-se à saida de um edificio depois de ter tratado de alguns assuntos jurídicos. Depois de passar a porta da saída uma reporter aproxima-se e pergunta:
- Então, reparou no tempo que demorou a ser atendido hoje?? Na falta de pessoal, e no tempo que demoram a para o atender? Afinal hoje existe a greve dos trabalhadores do Ministério da Justiça...
- Falta de pessoal a atender??... O tempo que demoram??.. Desculpe, é que eu não tinha conhecimento dessa greve... É que para mim, pareceu um dia como tantos outros...
-Ah - observou a reporter - então o senhor não costuma requisitar estes serviços....
- Não, pelo contrário... Venho aqui todos os dias, e não notei diferença nenhuma...

 

quinta-feira, outubro 20, 2005

AVISO

Imagine que vai retirar o carro que deixou estacionado; abre a porta, entra, tranca as portas, liga o motor e põe a marcha-atrás. É o que sempre faz! Olha para trás pelo retrovisor e vê uma grande folha de papel no vidro traseiro. Então, põe o carro em ponto morto, abre a porta e sai do carro para retirar o papel (ou outra coisa) que lhe retire a visibilidade. Quando chega à parte posterior, aparece o ladrão não se sabe de onde, entra e leva-lhe o carro - o motor está ligado, a pasta / carteira estão dentro do carro.

ESTA É UMA NOVA MODALIDADE. SE VIR UM PAPEL NO RETROVISOR, NÃO SAIA DO CARRO!

Siga, e retire o papel noutro local.

 

terça-feira, outubro 11, 2005

Um citadino no meio das videiras.


Nasci e cresci na cidade. E como tal, existem certas coisas que para uns são o dia-a-dia, e para outros só se vêm na televisão, ou se avistam ao longe quando passamos de carro na altura das férias.

Mas pois é, este ano as coisas mudaram. E lá fui eu de tesoura na mão, chapeu na cabeça, e muita vontade de saber como se fazia. O tempo era apropriado. Sol, muito sol. As videiras bem carregadas aguardavam que fossem colher os cachos sumarentos. E eu estava lá para tentar, dar conta do recado...

Realmente, não tem nada que saber. Basta cortar os cachos, colocar no balde ou lata, e em seguida despejar no tanque que se encontra preso ao tractor. Mas a magia da situação encontra-se nos pormenores dos entretantos.

É espectacular poder ouvir os canticos que se entoam por gentes da terra. Transportou-me de imediato para uma outra dimensão. O som que ecoava por entre as folhas era realmente mágico. Outros contavam histórias, e sorriam sem se olhar. Histórias passadas muitos anos antes, no outro tempo...

A Ti’Manela, uma senhora idosa sentada numa cadeira de madeira, acendia o fogo para o petisco da manhã. Não tardou muito até se poder inalar o cheiro bom de algumas entremeadas que brilhavam nas brasas. Vinho tinto, cerveja fresca ou sumo, ajudavam a carne e o pão a descerem goela a baixo. Ao longe o Ti’ Jaime aparecia montado no seu tractor, depois de ter descarregado mais um tanque de uvas no lagar.

Não sei se, ou por ser muita gente, ou por serem poucos corredores, ou ainda se trabalhámos demasiado rápido, mas o que é certo é que a coisa foi feita durante o periodo da manhã.

Depois fui despejar o ultimo tanque de uvas. Pela estrada fora, e com o Ti’ Jaime ao volante, dirigimo-nos ao lagar. Aí, o bonito cheiro do mosto já pairava no ar, invejando o próprio Baco. Um aparelho “electricoartesanal” ia pisando as uvas à medida que caiam no tanque. O bouquet de aromas preenchia deliciosamente o ar que respirava. Eu, qual enólogo, apreciava cada segundo.

Para terminar, e depois de um bom banho de agua fria, nada como um excelente almoço para poder continuar a ouvir histórias de outrora, repletas de sonhos e saudades de quem as contava.

Saúde.